Minhas mãos tocaram o solo sagrado, milhares de pedras perfeitamente alinhadas contam a história de uma bela civilização esquecida pelas vestes do tempo.
Por milênios tentaram ocultar a sua história, mas quem pisa lá sente que a verdadeira história foi escondida e mascarada.
Cultura antiga que cultuava as montanhas, que percebia a natureza como divindade e o planeta Terra como a sua verdadeira mãe.
Perfeita é a geometria sagrada, para estes povos o tempo era o aqui e o agora.
Relógios não existiam, as pessoas não eram consideradas produtos e não existia tamanho nível de competição.
Este jogo de ego pertence a nossa sociedade, somos a sociedade do " tempo é dinheiro" e nada mais importa.
A grosso modo nos tornamos mais primitivos e individualistas, sonhamos com metas milionárias, cifras, bolsas caras, botas e a fachada externa de nossos corpos se encontra a cada dia mais preenchida de superficialidades que muitas vezes me pergunto; aonde foram parar as nossas almas?
Sinto pelas pessoas que não conseguem perceber as sutilezas da vida diária!
Agora são somente fotos de pura felicidade estampadas em capas de perfis de redes sociais e nunca se falou tanto em doenças como depressões e crises de ansiedade.
Somos escravos do tempo, alimentamos um sistema que vigia e cerca a cada minuto as pessoas, muitos fazem "check ins"em belos restaurantes, hotéis e me questiono quando faremos o check in definitivo em nossos corações que estão tão apagados!
Acredito que todo este caos só nos leve para situações melhores, pois a cada dia percebo como as pequenas sementes trazem grandes ensinamentos, estes pequenos mestres olham nos olhos e percebem todo o sofrimento que carregamos por gerações, viramos seres que visam somente o lucro e onde foram parar aqueles valores que faziam as antigas civilizações caminharem em conjunto?
O amor ainda irá triunfar,a amargura o amor cura!
Agradeço por ter vivenciado uma cultura tão ancestral, aprendi e aprendo a cada novo dia a nobre arte de contemplar!
A montanha me ensinou o silêncio, entendi as pequenas mensagens dos ventos e quando toquei os pés na sagrada montanha de Machu Picchu me dei conta de que todos os seres são bem maiores e que todos nós podemos voltar a sonhar com dias bem melhores!
Há 6 anos